tag:blogger.com,1999:blog-28096260390136099962024-02-21T08:34:04.282-08:00Coletivo CêColetivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-74876453226701474322015-10-04T19:00:00.000-07:002015-10-04T19:00:06.873-07:00Protocolo - Bruno Dugois27 de setembro de 2015<br />
<br />
É chegar em casa e escrever com imensa sensação de não sei de que! Aliás, sei; sensação de vida; da vida que pulsa, que sente e que se encontrou com outras vidas. Várias vozes de várias vidas me fizeram refletir a morte além de tantas outras coisas... Ou melhor, reconhecer a morte que se faz presente em tantas situações da vida. O tempo inteiro minha voz também estava lá, fazendo relação com a minha vida... é olhar para o cenário representando a casa de uma mãe, que lembra muito minha avó... Como se não bastasse começa uma música que ela cantava. Detalhe; sei disso porque minha tia me conta muito da minha avó, porque eu mesmo não a conheci. E assim aconteceu com várias cenas, porque vi tantas outras pessoas em cena com seus discursos...<br />
Entendo perfeitamente a Fernanda, que se pergunta se está num caminho correto, se é isso mesmo, pois já perdi as contas de quantas vezes também me questionei e pensei “Eu não sei o que fazer”. Será que a vida nos faz, ou nós fazemos a vida? Questão de escolha! O fato é que a morte, seja ela de tamanhos ou importâncias diferentes, está pronta para entrar em ação, e quem é vivo precisa de uma coisa chamada coragem para enfrentá-la.<br />
Confesso que já tem um bom tempo que não assisto um espetáculo com tanto bom gosto. Cada detalhe trabalhosamente pensado; um camarim, uma casa, um céu, um guarda-roupas que guarda memórias no mesmo espaço... Nunca pensei que um conjunto de coisas simples, resultaria em uma ornamentação que se torna grandiosa. E a riqueza está nas várias emoções despertadas ao longo da apresentação porque é tudo muito bonito. É tudo muito completo.<br />
Talvez eu precisasse de mais tempo para digerir, mas era urgente minha ânsia de colocar aqui um pouco do que percebi. Vai que a morte me visite de alguma forma e eu não registre nada... não quero correr o risco. A verdade é que ver a verdade (ainda que morta) faz diferença. A comunhão faz a diferença, assim como o riso e o choro compartilhados juntamente com a poesia das palavras, do som, do movimento e do olhar... Olhar que também me fez enxergar o que é morrer... em vida...<br />
<br />Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-18641263652338417212014-11-13T11:32:00.002-08:002014-11-13T11:32:49.144-08:00A viagem do apanhador de desperdícios<div>
por Fernanda Brito</div>
<div>
<br /></div>
O menino caminhava devagar, como que observando o tempo pegar carona no amarelo da tarde. <div>
Observar o rabo do cachorro espantando os mosquitos</div>
<div>
Observar os mosquitos dançando em cima da goiaba, como que tivessem fundado um novo país, com comida em abundancia e felicidade minúscula e inteira.</div>
<div>
Passava a vidas inteiras sentado na soleira da porta, observando a terra. </div>
<div>
E poetava.</div>
<div>
Queria virar pedra, limo, coisa que vive escondida no oco do pau podre.</div>
<div>
E existir devagar.</div>
<div>
O menino Manoel hoje viu um cometa e veio se despedir.</div>
<div>
Disse que tinha encontrado uma nova aventura perto de Deus e que ia ver se os bichos de lá contorciam que nem minhoca, e se as estrelas eram mesmo um monte de vagalume preso no veludo preto do céu.</div>
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Disse que queria estudar astronáutica, que queria olhar de perto o fim do dia, todo dia.</div>
<div>
Queria desver a gente daqui pros outros de lá.</div>
<div>
Eu nem tive tempo de pedir pra ele me dar um abraço, mas o menino Manoel é assim: Corisco. Quando se olha ele já foi.</div>
<div>
Menino gauche. Ele nem sabia o que era isso, mas era isso mesmo. </div>
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Eu fiquei aqui olhando a luz pela janela, quando ele agarrou o rabo do cometa que os homens foram explorar, ele foi quieto pra não chamar muita atenção pra si, que era coisa que tinha vergonha.</div>
<div>
Ainda deu pra ver de longe ele agarrado no rabo do cometa. </div>
<div>
Aqui escorreu cachoeira de saudade adiantada. Mas prometi pra ele que ia continuar o que ele começou, prometi olhar os abandonos de frente, e juntar na minha canastrinha de tesouros tudo o que eu desver.</div>
<div>
Obrigada Menino Manoel. Vai pra junto de Deus fazer festa no ouvido dos anjinhos e passar a mão na bunda do vento lá onde ele nasce. A gente fica e vai tentando desver esse mundo doido-torto.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzgP5nimprM7O-lNue7G0cNQ7PMe_XlO3mkLzeLYrmm-hsFk2799RCl9YeOvOtOkXYcz2NybE2iUqMpaz4ny4ZmnUndqnXjXP2XPRjye3d-Ai-vfiI6BWDja_xxjg75m1b2sKNDgDeJtq-/s1600/Manoel-de-Barros+(2%2Bboa).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzgP5nimprM7O-lNue7G0cNQ7PMe_XlO3mkLzeLYrmm-hsFk2799RCl9YeOvOtOkXYcz2NybE2iUqMpaz4ny4ZmnUndqnXjXP2XPRjye3d-Ai-vfiI6BWDja_xxjg75m1b2sKNDgDeJtq-/s320/Manoel-de-Barros+(2%2Bboa).jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Manoel de Barros se encantou na porta da manhã desse dia 13 de novembro</div>
</div>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-711591408961207312014-08-27T17:37:00.002-07:002014-08-27T17:37:36.313-07:00cunhãntã, derivas e amanhãs...<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhklXhFOXPkGackZ6RmOZIe-Qz1yLE_h6-34FXhRJpbMXTZwCD6yie-9fmO5shrmsV956Ss9R9G7McdE0iVwTXOM6PcAoX8GzudkOMTBJNW7b-wikNHFa3t8GEb4_Pz3CCrXdikr6yvHa9k/s1600/10355684_740490809346945_7664514281011752879_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhklXhFOXPkGackZ6RmOZIe-Qz1yLE_h6-34FXhRJpbMXTZwCD6yie-9fmO5shrmsV956Ss9R9G7McdE0iVwTXOM6PcAoX8GzudkOMTBJNW7b-wikNHFa3t8GEb4_Pz3CCrXdikr6yvHa9k/s1600/10355684_740490809346945_7664514281011752879_o.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Hoje eu me reviro viro reviro<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Hoje é dia de me revirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Do avesso <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Do meu avesso <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Já não consigo desvirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Respiro e pinto coisas outras
pra me revirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Pra me deitar ao sol<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Pra me contar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Pra costurar minha tarde<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Para me acostumar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">E me revirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Para me acostumar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">E me revirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu me conto segredos no meu
avesso<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu me conto pra mim eu me conto
eu conto eu conto<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu conto o que não conta canto
todo canto do meu peito tem o perfume de uma vontade de amanhã morno ao sol de
um fim de tarde<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Tem vontade de sono de descanso
de correr ao fim da rua ensurdecida pelo riso de uma criança<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sorriso alcança a boca arranha
os dentes atrita os ossos<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Ossos do meu ofício que é
ofício de criar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">De revirar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">De amar cada instante com esse
fervor que assola o meu peito nos dias em que me reviro<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu já não consigo compor
palavras por palavras que são máquinas que só querem escrever sentidos sem
pensar nas palavras todas elas tão bonitas potentes para o nada<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu vomito vomito vomito palavras
mas meu vômito é uma flor<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Florzinha que brota tímida de
inquietude<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Peito aberto ao horizonte<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Respiro que revira e revirar
que é respiro<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Meu caminho já é meu <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">meu caminho é meu <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">meu caminho.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">meu caminho me pertence<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">me pertence o meu caminho<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">que não pertence a ninguém<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">nem a mim<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">porque é caminho<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">caminha<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">esse caminhar<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">que não tem fim<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">início<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">vida fluída<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">eu tenho essa liquidez<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">de cada dia acordar líquida e
vestir a roupa que me amarra no dia na cadeira na frente do computador
desfazendo pétalas fechando o riso esparramado pela minha voz eu não sou eu não
sou eu não sou eu. não. sou. eu.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">eu amo tanto tanto tanto a vida
que já não poderia amar mais amarras amarras amarras amarás? Do futuro eu
também não sei porque ele é costura do agora e no agora eu flutuo como alguém
que tateia o solo que está descobrindo no mesmo instante em que pisa<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">cheirinho de terra molhada<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">final de tarde na beira do lago<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">fecho os olhos e já foi o
amor...<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">sou líquida que liquida o agora
o amor <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">eu sinto culpa<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">sinto.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">só.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">só de completude<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">que se incompleta<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">no instante<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">que é <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">E já é<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">E ainda é<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Esgoto e gosto de esgotar o
gosto por qualquer coisa que se desfaz...<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Desfalecer...<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">No meu peito a agonia do agora
da vida de cunhã parir os brotinhos de amanhã<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu quero caçar o amor<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">a paz<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">a felicidade<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">o final de tarde<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">o caos do meu pensamento<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">e soltar... <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">captura e soltura...<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">para que cada coisa seja<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">no instante que é.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">eu<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">só<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">sono<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">sonho<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">sopro<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">de<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">vida<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">e<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">amanhã.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<h4 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-weight: normal; line-height: 115%;">Tatiana Plens</span></h4>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-43377452052319209672014-06-10T20:09:00.000-07:002014-06-10T20:14:38.654-07:00Processo Cunhã Antã por Daiana de Moura<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh1hcdfb0cLoyIcGm9JszturgxXOH0pDmDnx0ny1lrMaPTwMBH5ZD7eAQmgjDCaqMjc3mcdkPIdxAQZrjKoXI-olcaJ4mJ487dHAdspSRxrs9AEee08jnqBDLp3HiZg56EhZDNGqfLWtDn/s1600/IMG_0773.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh1hcdfb0cLoyIcGm9JszturgxXOH0pDmDnx0ny1lrMaPTwMBH5ZD7eAQmgjDCaqMjc3mcdkPIdxAQZrjKoXI-olcaJ4mJ487dHAdspSRxrs9AEee08jnqBDLp3HiZg56EhZDNGqfLWtDn/s1600/IMG_0773.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">C</span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">unhãs plantam brotinhos..</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como é estar em um processo que questiona tudo? O posicionamento das mulheres em relação ao trabalho; a questão do trabalho na arte; a questão da arte no trabalho; </span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">as atitudes e relações contemporâneas vistas com olhar do passado; questionamos a palavra, no mundo e no teatro; entramos em crise com as funções em coletivo e </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">com a função de um coletivo, etc, etc, etc.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cada encontro uma mudança. Cada ensaio uma transgressão do combinado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cada combinado posto em jogo é observado minuciosamente e então desestabilizado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O processo cunhã antã é assim. PROCESSO! É uma semente</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tudo o que aprendemos sobre como fazer teatro está sendo abalado, vibrando os contornos das coisas fechadas, herméticas, estabelecidas e seguidas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como podemos suportar fazer todas as apresentações iguais se acordamos diferentes todos os dias?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que me contempla neste momento é que estamos reinventando as formas de trabalho, nada mais honesto do que começar repensando as nossas formas de trabalho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como o Coletivo Cê trabalha? O que faz parte da memória deste jovem encontro? O que queremos semear para as memórias futuras?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não sou uma máquina, não sou programada, não sou programável, nesse sentido participar desse processo tem um cunho extremamente humanista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Somos seres humanos questionando o desumanidade que existe na ideia de trabalho. As hierarquias, os abusos, a individualização e maquinização das pessoas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Movidos pelos relógios, máquinas, celulares e computadores nossos corpos encontraram aqui um espaço de ressonância. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Trazemos para a cena o caos que é ser mulher, atriz em 2014. Ritualizamos o corpo-ovo feminino, para além da biologia, além do gênero, </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">além do fator salvaguardar a espécie humana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Plantamos nosso ovo cunhã buscando nesse ato plasmar as camadas de complexidade da vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Plantar um ovo implica observar as belezas, defrontar com as podridões, confrontar com os medos e as fragilidades que somos cada um de nós.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Hoje pensar nessas camadas de complexidades tem a ver com abraçar o caos. E assim fazemos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sem grandes definições, sem saber se é épico ou dramático. Sem narrativa linear. Sem saber o alcance da recepção do público, sem saber quanto tempo levará. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sem saber se teatro com performatividade ou performance com teatralidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa peça talvez nem seja uma peça, se entendemos como peça teatral um sistema fechado, repetível, controlado, dominado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É uma experiência teatral compartilhada, um experimento. De gente que se experimenta sem pretensão de ter um ponto de chegada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ou melhor tendo muitos pontos de chegada e decidindo o caminho no meio da viagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Somos gente que quer o irrepetível. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Que cansou das repetições históricas e que acredita nas infinitas possibilidades e que infinitamente se transforma todos os dias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nosso barco já saiu, está no mar. Não derivamos porque sabemos quem somos e temos a concretude histórica do nosso corpo em movimento como bússola. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apenas navegamos, felizes pela liberdade que a arte nos proporciona. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Assim voltamos a ter desejos de mudar o mundo, de parir coisa nova. Parir um brotinho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Acreditando que o novo pode estar no velho, nos velhos amigos, nos velhos lugares, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">nos velhos amores, nos velhos encontros, nos velhos tempos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O novo mora onde a gente encontra!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nos pautamos na presença, no instante, real. É esse mar insano da linguagem teatral que nos faz presentes, vivos, nossa única possibilidade de existência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E é esse instante, esse tempo que nos inquieta, que nos instiga. O tempo do encontro, do olho no olho, sem efeito e sem artificialismos ou superficialidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O tempo de plantar, de parir um brotinho (e o tempo de nascer uma plantinha que pode ser o que quiser).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Instante verdadeiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que é possível num instante verdadeiro? Acredito que o amor é possível. O amor de Heich.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quero o amor profundo do instante que no teatro ainda é possível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O tempo do amor. O tempo do rito. O tempo como acontecimento</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ixe cunhã, ixe jaguara!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu como o tempo, e como o amor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Picamos nossas cebolas, batatas, cozinhamos o feijão, o arroz (E assim dizemos que só o fazemos porque queremos fazê-lo).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E assim recriamos novos e velhos ritos e reinventamos nosso fazer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sem receitas, desmedindo mais mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Antropofagicamente comemos nossa sopa, comemos nosso trabalho, nos comemos de incessante busca.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cozinhar a Sopa é metáfora para nosso processo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Metáfora da nossa mestiçagem: nós mulheres sopas (indígenas, brancas, negras).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Misturadas, tecidas na rede histórico-cultural desse pais. Cada nó um ponto de convergência, cada espaço o abismo que separa as idiossincrasias de cada uma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse texto se faz no momento em que todas essas informações se chocam, se atritam e se trituram no corpo-memória-pensamento de uma mulher.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E amanhã será transformado. E depois de amanhã revisto, e depois remexido, e depois questionado, e depois transcriado, e depois deve ir, e depois voltar, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">e depois ir e vir, depois desvirar, depois devir, devir...</span></div>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-26902246791350874052014-01-23T20:06:00.003-08:002014-01-23T20:06:33.107-08:00Corações generosos rogai pelas almas esquecidas e abandonadas. Araçoiaba- verão 2014<br />
<br />
"Sou um apanhador de desperdícios<br />
Amo os restos<br />
como as boas moscas"<br />
<br />
Tenho em mim um atraso de nascença , gosto imensamente de me desperdiçar em abandonos.<br />
Não me interessam espelhos e prédios.<br />
Prefiro a simplicidade e os silêncios . Prefiro os deveres dos amadores. Rogo pela simplicidade do Bispo do Rosário. Por isso me permiti catalogar com os olhos aquilo que gostaria de enviar para Jesus. Eu soube que Ele, como eu, preferia o simples e abandonado.<br />
Olhei Dona Anitta Schikeira, sua morada eterna enfeitada de duas rosas que foram vermelhas.<br />
Vi que a cidade existe menos na paz dos cemitérios.<br />
Vi uma casa de azulejo azul com mato verde vistoso balançando de leve, a vida resistindo o silêncio.<br />
Uma roseira nasceu na casa do seu Ângelo e do seu Chico. E nas pétalas moram seus beijos de saudades. Eu vi.<br />
Vi uma casa endurecida pelo abandono de cruz fincada no chão. Sisuda. Dona Anildina.<br />
Dona Esther gostava de caju, sei disso porque ela me deixou ver um pézinho plantado num vaso, bem em cima da sua morada.<br />
Conheci Dona Lúcia, habitante dos próprios abandonos, soterrada de abandonos alheios e apaixonada por eles desde moça. Sua casa passageira, vizinha das moradas eternas, grita vermelha em meio ao silêncio. Mas por dentro o mesmo silêncio mora nos seus pedaços.<br />
Seu sonho, como o meu, é ser dona de abandonos. E não mexer. Deixar que eles existam e existir devagar com eles.<br />
Isso foi o que eu vi. E peço desculpa pelo que eu deixei escapar.<br />
E rogo a graça de um dia poder me abandonar, como o mato que cresce por entre os vãos do chão. E respirar livre o ar da existência plena.<br />
<br />
<i>Por Fernanda Brito</i><br />
<br />
<br />Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-26789826047757595822013-11-05T17:54:00.001-08:002013-11-05T17:54:12.322-08:00Distância<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7M5ArLFONCZ2oouSW3m1bdkdfgwp2ou0trhMsEI5jBfA6C3erJsWuOomuJsBFHInhhlsv_hM-zCFAwHkT-Zu7H31kESx3Hy8vQz1-kO-zRpc963tqRWBYNCfgoz0dmc9Q22Wby0PIzFoT/s1600/1390586_621409474581961_2018054640_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7M5ArLFONCZ2oouSW3m1bdkdfgwp2ou0trhMsEI5jBfA6C3erJsWuOomuJsBFHInhhlsv_hM-zCFAwHkT-Zu7H31kESx3Hy8vQz1-kO-zRpc963tqRWBYNCfgoz0dmc9Q22Wby0PIzFoT/s320/1390586_621409474581961_2018054640_n.jpg" width="213" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>por Fernanda Brito</i></div>
<br />
É a medida de separação de dois pontos. Mais ou menos assim que se define, mas criamos mais um monte de distâncias subjetivas pra aplacar um bando de faltas que cometemos. Olhar no olho do outro e não estar de verdade, pleno nesse olhar é distância. E por isso quando o contrário acontece a gente se enche de um certo bálsamo interior, de cura, de alma.<br />
Olhar nos olhos. Ouvidos atentos de verdade. A vida é frenesi, e que nós não a desperdicemos com coisas que não nos preenchem, que não nos coloquem plenos no agora.<br />
É com muita gratidão que eu presenciei a coisa mais bonita que já vi. Gratidão por ter olhos pra ver.<br />
A gente inventou tempo, distância, inventou superioridade, e ontem eu vi tudo isso dissipar. Vi simplicidade, vi generosidade.<br />
Que bom ter olhos pra ver. Que bom!<br />
A gente inventou saudade também. Ou nomeou isso que preenche o peito de uma fome diferente.<br />
A gente inventou a admiração pra nomear isso que explode na gente e enche de um calor bonito.<br />
A experiência ultrapassa as palavras, elas me faltam agora.<br />
Ou é só porque não inventei um nome pra o que eu estou sentindo agora.<br />
A distância física é difícil de combater. Mas a sensação de que somos todos iguais em dignidade, é maravilhosa e só me cabe agradecer pela lição aprendida.<br />
Iguais em dignidade!<br />
<br />Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-60173068822599723922013-10-15T13:36:00.002-07:002013-10-15T13:36:23.579-07:00Das putas, das loucas, dos lazarentosSó quem carrega na alma as feridas de ser é que pode falar bem do existir.<br />
A vida é bonita mas violenta. Enxurrada. A vida não deixa de ser bonita nos olhos de quem por vezes se afoga nessa enxurrada. Mas certamente fica um pouco mais real.<br />
Os loucos, bêbados, as putas e putos, os lazarentos...a 'escória' povoa os nossos caminhos, encosta-se nos cantos, suja a paisagem. Mas tem um fôlego de vida diferente, fala abertamente, não tem o que temer. Porque já provou da água da enxurrada e mesmo assim voltou á superfície pra tomar novo golpe de ar. Ou ainda está afogando.<br />
'Gente se acha muito importante...' acha até que pode salvar essas 'pobres almas'. O que GENTE não sabe é que talvez essas almas não precisem de salvação. Que talvez tenham encontrado um caminho delas e que não diz respeito a essa gente. Porque GENTE não acha que essas almas são gente.<br />
Deve haver um grito, isso sim, parado no ar, ou antes, parado na garganta da escória. Não de socorro. Não um pedido de ajuda. Um grito de libertação talvez.<br />
Mas GENTE não tem tempo pra ouvir esse grito. Ou não tem ouvido, sei lá.<br />
Eu não sei vocês mas eu gostaria de fazer um pouco de silêncio aqui dentro do coração pra poder escutar.<br />
Porque tem hora que tem um barulho tão grande dentro da gente que a gente passa ileso pela escória. Ou acha que suja a paisagem. E eu queria poder silenciar isso e ouvir.<br />
É um exercício. Mas digo humildemente que acho que já ouvi umas vezes. E é um grito preciso. Verdadeiro. É um grito rasgado e doído. Mas é forte, poderoso, é grito e por isso não tem como ser de outro jeito.<br />
A escória berra, de diversas maneiras. Mas berra que somos iguais, feitos da mesma matéria. E que a gente se mistura um pouco na escória também. É a chaga desse país do FUTURO. Somos.<br />
<br />
'Eu sou a própria chaga!'<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Por Fernanda Brito</i></div>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-87401592844537454842013-10-01T21:49:00.001-07:002013-10-01T21:49:22.966-07:00O Instante - Deságue<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg12tzOX8R_YykocNjEsQsOod7XbBM5gZTxH5w5F0K8uxXDOz2Hu8v-iQLSm7LmlM5RtRoriJIWtSlxtiRrQSWZQ3MF4_8Qet3_yfucNWsGMymS8VimKQ0fOhroeI1Lmoxf0iPtC4KJc58R/s1600/foto.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg12tzOX8R_YykocNjEsQsOod7XbBM5gZTxH5w5F0K8uxXDOz2Hu8v-iQLSm7LmlM5RtRoriJIWtSlxtiRrQSWZQ3MF4_8Qet3_yfucNWsGMymS8VimKQ0fOhroeI1Lmoxf0iPtC4KJc58R/s320/foto.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“[...] estou tentando captar a
quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio não é mais porque agora
tornou-se um novo instante-já que também não é mais. Cada coisa tem um instante
em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa. Esses instantes que decorrem no
ar que respiro [...]</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Clarice Lispector – Água Viva<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É tão difícil falar ou escrever
coisas que não podem ser ditas, quando até para si próprio sua vida e o mundo
que o circunda é um vasto mistério. Já
são 9 meses de instantes vividos entre pessoas e lugares com a família Cê, e só
nos instantes do dia 29 vivenciei, tendo consciência, com os 5 sentidos, ou
alguns outros que desconheço, uma parte da dimensão homérica em que estou
envolvido. Segundo Clarice, nada existe
de mais difícil do que entregar-se ao instante. Acredito piamente em cada
palavra escrita por essa mulher, pois foram exatamente 24 anos, 119 dias e 19
horas de instantes para que realmente pudesse apossar-me do primeiro É da minha
vida. Outro trecho escrito em seu livro que descreve exatamente como tem sido
essa sensação pra mim é: “estou entrando sorrateiramente em contanto com uma
realidade nova pra mim que ainda não tem pensamentos correspondentes e muito
menos ainda palavras que a signifique: é uma sensação atrás do pensamento”. Os
instantes que passo a VER, CHEIRAR, FALAR, OUVIR OU SABOREAR, absolutamente
fazem parte deste mundo em que sempre vivi, entretanto nunca o respirei. Estou
em contato com o âmago do meu eu interno buscando estradas que trafeguem e me
levem em direções, repetidas ou não, para que assim possa respira-las! Tenho
medo, coragem, segurança, insegurança, dúvida, certeza, ansiedade, calma,
silêncio, luz, escuridão... TENHO, TENHO E TENHO diante do meu corpo
interno/externo um profundo descampado mundo, onde, como um recém-nascido,
começo a dar as primeiras inspiradas e expiradas com o meu pulmão após o rompimento
do cordão umbilical que me liga completamente a minha mãe! </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Que a minha vida sempre deságue
em águas outras, dando-me a oportunidade de encontrar e reencontrar sempre
com os meus és das coisas”. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Obrigado Famíla CÊ por ter me
dado luz e estar comigo nesses primeiros instante-passos da minha vida! </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sempre grato, Lelis, Lelinho,
Lelus, Lelão... Andrade.</div>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-11516489099378513012013-09-23T15:15:00.000-07:002013-09-23T15:26:47.051-07:00"Quando a cena maior parece terminada, há o que vem depois..."<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbB61WzTOaedBQ0QL8burKeeKlRNIljdeIm73H126IsDmsph4K68eWwDb1SfmLlClgpI0wwdo_kyjsyDxBQ1sBbuVJYX8nUnPywu0vVrrzAKnt27r41m8r5jtNt5Yc3h7arig99wRajCD3/s1600/IMG_7090.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbB61WzTOaedBQ0QL8burKeeKlRNIljdeIm73H126IsDmsph4K68eWwDb1SfmLlClgpI0wwdo_kyjsyDxBQ1sBbuVJYX8nUnPywu0vVrrzAKnt27r41m8r5jtNt5Yc3h7arig99wRajCD3/s400/IMG_7090.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Comecei esse ano em uma das praias mais bonitas que já conheci. Era, praticamente, só água e areia. Foi preciso andar alguns metros pela água para conseguir estar com o corpo todo dentro. Depois da longa caminhada para chegar, fiquei lá por algumas horas, num esticar do tempo. Leveza e calmaria no coração. Submersa: essa é uma das metáforas mais importantes da minha vida. Um dia escrevi e essa frase permanece viva no meu ser: "alguém não acostumada a viver na superfície". Percorrer os caminhos da vida com profundidade. Vivência. Alçar voo para dentro de nós mesmos ao tocar os outros. Um deslocamento de si para si que se constrói na relação com o outro e que se perpetua neste também. O tempo vai deslizando e a vida vai ganhando novos desenhos a cada passo e à isso soma-se, na minha, com a experiência da morte, o aprendizado sobre a importância de seguirmos sempre leves, atentos e com amor. Tocar as coisas e se aproximar do que é vida. Pulsante. Conhecer cada contorno do ser. Estar presente. É simples e forte. Essas urgências ganham um sentindo imenso no que nos propomos a fazer. Meu peito se preenche e esvazia a cada final de semana. Há tanto que passa por aqui. É muito sopro de vida. E tantos abismos... a gente os descontrói e reconstrói todos os dias. No meu peito tem amor e uma inquietude. Tudo que nos corrói, nos transforma. Tudo que nos toca em profundeza, modifica. Às vezes meu coração mora no horizonte. Às vezes em cada pedacinho de chão. Às vezes em um abraço. E muitas vezes encontra morada em um reflexo de luz. Do parapeito dessa janela para a vida eu observo. Hoje chove e a água é corrente propulsora. É segunda-feira e, por mais raro que possa me parecer, é leve. Respiro e no vento meu coração encontra abrigo.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A vida é.</span></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tatiana Plens</span></i></div>
Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-61620690384470277612012-09-11T11:03:00.001-07:002012-09-11T11:06:52.069-07:00Documentário: Desterro- Processo de criação<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/dEupwUg_Cj0" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-79529852929013864362012-05-22T18:06:00.003-07:002012-05-22T18:12:59.649-07:00Coletivo Cê promove festa “Cabiru” nesse sábado<p class="MsoNormal" style="font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-family: Georgia, serif; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; line-height: 150%; "></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; "></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">Cabiru. Rio da Coruja. Nome tupi. Promover uma festa no Espaço Cê não é só promover o encontro de artistas, músicos, agitadores culturais, professores. É ver o ambiente transvertido em poesia. É encontrar o riso das crianças, é descobrir sentidos possíveis no cotidiano do bairro de ruas estreitas e casas coladas. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">É ter sem esperar. É jogar cores nas paredes, converter mato em jardim, transformar gavetas em quadros, ecoar pelas ruas e receber, em troca, uma mesa esculpida por uma mão trabalhadora. É promover uma feira de teatro de rua e ser presenteado com um pacote de balas pelo dono do mercado da última rua. É receber gratidão.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">É entender que a arte não é feita só de artistas. É viver de troca. É fazer do ambiente o nosso campo de reflexões e da poesia o pano de fundo para que as pessoas que acreditam no poder transformador da arte, criem laços afetivos.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">É com esse intuito que o Coletivo Cê promove a sua segunda festa no Espaço Cê, agora dentro de um projeto chamado “Cabiru”, evento que acontecerá bimestralmente no Bairro da Chave como ponto de encontro de diferentes artes.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">O primeiro Cabiru acontece nesse sábado, dia 26 de maio, das 18h às 23h, e contará com apresentação das bandas Fones, Os Pontas e Pivetes, exposição da fotógrafa sorocabana Juliana Saker, esquete teatral do ator votorantinense Hércules Soares e discotecagem do músico Henrique Ravelli. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">Ainda entre os artistas convidados, está o grupo Colaboração em Dança com o espetáculo “À Sombra Daqui de Casa”, que propõe reflexões sobre o ato de se estar à sombra de alguém, quando nos colocamos em segundo plano pelo desejo do outro, que em sua maioria é um exercício que se inicia em casa; fala das linhas que se juntam ao longo da vida construindo os tecidos que nos abrigam do frio, fala das relações entre homens e mulheres, de nossos imaginários, de nossas alegrias e tristezas, do modo como escolhemos lidar com todas elas. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt; "><span ><span style="line-height: 24px;">Esse encontro faz parte das ações que o Coletivo Cê tem plantado nos escombros da antiga associação de amigos do bairro da Chave, localizada na Rua Carlos Alberto Rodrigues, s/n, na cidade de Votorantim. A utilização desse espaço permitiu que o coletivo dobrasse suas ações artísticas, com a criação dos cursos gratuitos de "iniciação teatral", "jogos lúdicos" e "capoeira" destinadas a crianças e adolescentes de 6 a 17 anos do bairro, e a promoção de eventos culturais, com o objetivo de difundir e compartilhar a experiência e o modo de trabalho do coletivo. </span></span></p><p></p><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: 150%; "><br /></div><p></p> <p class="MsoNormal" style="font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal; font-family: Georgia, serif; font-weight: normal; margin-bottom: 0.0001pt; "><o:p> </o:p></p><p style="font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-family: Georgia, serif; "></p>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-7213309342064991602012-05-21T08:38:00.003-07:002012-05-21T08:53:25.811-07:00Uma casa de estrelas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLnh1gPbIN86pCQjYMFWeUPrRKr6OLBu2vvuqUS3yvZmcGKBgP7uxsanPYErs4j9SaleSmDCVTexW8Ll967jfRzhgFViB3o0eyQR8ZV_JtZ5lu5u93GlhURyJwoYPXiJS_yFeWh_986rD/s1600/540427_432011460160657_100000554193949_1463298_1783888198_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLnh1gPbIN86pCQjYMFWeUPrRKr6OLBu2vvuqUS3yvZmcGKBgP7uxsanPYErs4j9SaleSmDCVTexW8Ll967jfRzhgFViB3o0eyQR8ZV_JtZ5lu5u93GlhURyJwoYPXiJS_yFeWh_986rD/s320/540427_432011460160657_100000554193949_1463298_1783888198_n.jpg" width="320" /></a></div>
Retomar a desterro foi desterrar um pouco mais. Foi deixar o que precisava ser deixado. Foi transmutar dor em saudade boa, foi polir os olhos pra ver beleza de novo no que é dito.
A inquietação sempre esteve presente, nosso discurso passa pelos mesmos conflitos, novos conflitos começaram a fazer parte e assim é que se reanima um processo.
A estrada bota sentido em todos nós. E é na estrada que entendemos a necessidade de dizer.<br />
A casa...<br />
A casa agora nos permite ver as estrelas, e acho que não podia ter sido melhor a escolha, queremos expandir e crescer pra além das paredes, do telhado, ganhamos o mundo, abraçamos as estrelas.<br />
A lua agora é nossa parceira e ajuda na iluminação de nossas cenas. Somos parte do cosmos.<br />
Nas pequenas rachaduras, nas paredes que sobram, não vemos tijolos, vemos conchinhas...parece que a poesia foi morar com a gente na nossa casa de estrela.
Nas bordas das paredes enegrecidas pelo tempo crescem flores, as que racham concreto, aqui não só resistem, mas ocupam como rainhas, majestosas, a paisagem.
Uma casa que está em perfeita conjunção conosco. Que loucura esses tesouros que a gente encontra.<br />
Alguém na rua perguntou: Mas não derrubaram isso ainda?<br />
Minha resposta é que não, e nem vão. Os tesouros perduram. No caso, ela ocupa e resiste. E mesmo que venha a desaparecer nesse tempo. Marcou qualquer cantinho da memória das pessoas que estiveram conosco. Marcou uma cidade cujo som é uma mistura de domingo, missa, e os pássaros (que cantam alto e ás vezes sobrepõem o som de marasmo que sai dos alto-falantes da igreja).<br />
Deus, se Ele está, com certeza prefere o canto das suas criaturas, ao chiado estridente de algumas palavras mortas.<br />
Deixamos um pedacinho de nós em mais um encontro: Com pessoas boas e gentis, com gente emocionada, com quem precisasse comunicar ou ouvir o que nós tínhamos a dizer. Levamos saudade de tudo, o desejo de voltar, maiores e melhores, religar.<br />
Levamos um beijo do mar.<br />
<br />
<i>Por Fernanda Brito.
Imagem de Paulo Henrique Zioli</i>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-68704018084847426552012-02-06T10:24:00.001-08:002012-02-06T10:29:10.036-08:00Você Decide o que fazer com seu imposto!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0uw0KuHZUfEMDvqLPAYjvc3DYyqcdfdeiFoKuSDMXO5MKVYd1bE4-EUitmUj_UVeY1tekoRq_Gy_8LfBHiPiWkU9TlCUQnHzVMEv2RFUErDvTJnbS9O7TFyVTYKFLdaerSI_QsXQQQ604/s1600/saoroque05.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0uw0KuHZUfEMDvqLPAYjvc3DYyqcdfdeiFoKuSDMXO5MKVYd1bE4-EUitmUj_UVeY1tekoRq_Gy_8LfBHiPiWkU9TlCUQnHzVMEv2RFUErDvTJnbS9O7TFyVTYKFLdaerSI_QsXQQQ604/s320/saoroque05.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5706091416754073298" /></a><br /><br />1. O que é um investidor cultural?<br /><br />Investidor cultural é aquela pessoa que destina parte do seu imposto de renda para projetos culturais.<br /><br />2. O que é a Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura)?<br /><br />A Lei Rouanet criou o PRONAC – Programa Nacional de Apoio a cultura, que tem como finalidade obter recursos para a área de cultura através de renuncia fiscal. Tanto empresas quanto pessoas físicas podem deduzir imposto através dessa lei. Nessa cartilha nós vamos tratar apenas das deduções realizadas por pessoas físicas. A Lei Rouanet é uma ótima oportunidade de definir como parte do dinheiro que você paga ao governo é utilizado.<br /><br />3. Como me tornar um investidor cultural?<br /><br />É muito fácil investir em cultura. Primeiro é preciso encontrar um projeto cultural que tenha sido aprovado na Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura). Depois você decide quanto quer investir no projeto. Então é a hora de contatar o responsável pelo projeto e fazer o depósito na conta bancária do projeto. Lembre-se de pedir e guardar o recibo da doação. Quando você for fazer a declaração de IR basta lançar os dados do investimento cultural e você poderá abater uma parte ou a totalidade do valor investido.<br /><br />4. Como saber quanto eu posso abater do IR?<br /><br />Primeiro você precisa verificar em qual artigo o projeto que você escolheu está incluído. Projetos incluídos no artigo 18 permite 100% de abatimento e projetos incluídos no artigo 26 apenas 80%. Isso acontece porque o ministério da cultura privilegia o investimento em algumas áreas como literatura e artes cênicas. Outro coisa importante: você só pode abater até 6% do imposto devido. Qualquer valor acima desse teto não poderá ser abatido do IR. Entram também nesse teto doações feitas ao Fundo da criança e através da Lei de incentivo ao esporte. Veja abaixo como calcular esse valor, a seta vermelha indica quanto imposto você deve ao fisco. Use esse valor para calcular quanto você pode investir em cultura, ou seja até 6% desse valor. Na sua declaração de imposto de 2010 uma estimativa desse valor. Se você não tem os valores da sua declaração de 2010, faça uma simulação com a sua estimativa de rendimento de 2011.<br /><br />Abra o programa de declaração da Receita Federal; vá em “cálculo de imposto” (em azul, com seta vermelha). Verifique o valor no campo “Imposto” (assinalado em vermelho). Você pode deduzir até 6% desse valor. No caso, até: R$ 950,52<br /><br />É burocrático e complicado lançar o abatimento no IR?<br /><br />Não, na verdade é bem simples. A primeira coisa que você deve fazer é fazer sua declaração de IR pelo modelo completo. Quem utiliza o modelo simplificado não pode deduzir investimentos em cultura. Após fazer sua doação você recebe o recibo de mecenato. Lembre-se de guardá-lo. Para facilitar a emissão do recibo forneça ao empreendedor cultural os seguintes dados: CPF, endereço, CEP e telefone.<br /><br />Os dados que você deve guardar são os que estão marcados em vermelho: O número de PRONAC que identifica o projeto e o CPF/CNPJ do proponente do projeto. Com o recibo em mão você pode lançar a sua doação na declaração de imposto de 2011.<br /><br /><br />Como eu declaro o pagamento realizado ao projeto?<br /><br />Vá no item “Pagamentos e Doações Efetuados” (seta vermelha); inclua um novo item; utilize o código 41 “Incentivo a cultura”. Coloque como nome o número de PRONAC do projeto e o CPF do proponente. Indique o valor doado e no campo “parcela não dedutível” deixe 0, pois projetos aprovados no artigo 18 permitem 100% de dedução.<br /><br /><br />Como eu vou receber o valor abatido do IR?<br /><br />Você recebe o valor investido em cultura de volta na mesma data em que receber a restituição do seu IR ou for pagar o IR. A doação para projetos culturais é vantajosa tanto para quem tem imposto a pagar quanto para quem tem restituição a receber. <br /><br /><br />Vamos apoiar?Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-62216903948377708822011-12-28T05:42:00.000-08:002011-12-28T06:04:34.168-08:00Tesouros de terça-feira de manhã<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkoMsO-9JbEuA22XCT3CBM7XeLzpmrPRTPK7u3yS0jYojXFmb0kKs_q_aMONQiPNcSRHguNjfgpjV_0-pHlPGnHeiGNWVKqkAE2FcYtOmrEy6E9_GrteoFwaLxFQOEibNPVmbt9JQdxGym/s1600/122811102709.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkoMsO-9JbEuA22XCT3CBM7XeLzpmrPRTPK7u3yS0jYojXFmb0kKs_q_aMONQiPNcSRHguNjfgpjV_0-pHlPGnHeiGNWVKqkAE2FcYtOmrEy6E9_GrteoFwaLxFQOEibNPVmbt9JQdxGym/s320/122811102709.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5691174505818498050" /></a><br /><br /><span style="font-style:italic;">Por Fernanda Brito</span><br /><br />Vó Senhorinha é uma senhora forte de 87 anos que já passou por muita coisa na vida. Como toda vó já passou muita coisa na vida não há nada de surpreendente nesse fato. A vó já aguentou derrames, infartes, câncer, dores, perda dos dentes, do grande amor, de irmãos, do marido, a vó parece frágil mas é forte como um touro. <br />Ninguém marca nada com ela e deixa de cumprir. Não é coisa de velha, nem é por ser cricri, é que quando você marca com alguém tem que estar lá. <br />Dá pra ver a vó envelhecer, sem grandes doçuras de contos e textos bonitos. A gente envelhece, cria rugas, dores novas, vai ficando frágil e miúdo. <br />Minha vó, como toda vó, é um poço de inspiração. No meu caso, apaixonada pelos tempos idos, minha vó é quase uma epifania caminhante. Verter água é ouvir ela falar as coisas mais sinceras e singelas que sua educação campesina permite. Chamar a empregada de APICÓRNA e concluir que é por causa desse fato que ela faz tudo exatamente o contrário do que minha vó pede (APICÓRNA também é conhecida como CAPRICORNIANA), me chamar de solteirona porque:"Quem casou no mesmo dia da sua mãe já é avó!" e outras pequenas coisas que constituem essa senhora que eu respeito e amo demais é um privilégio. Estão aí os tesouros. Encontrar a singeleza de uma conversa sobre o tempo com ela. Me sentir de alma afagada de vê-la no trato com suas coisas. Observar o juntamento de cacarecos que é sua casa e admirá-la por manter esse hibridismo de tempos dentro daquelas paredes, forradas de imagens de santo e de um apego no Deus. A grandeza não está no conhecimento nem nos livros. Está no meu pequeno tesouro de terça-feira de manhã. No tesouro dessa visita. Vertendo água durante uma conversa por ver materializada minha ancestralidade e toda a beleza da minha crença na memória. No tesouro de reconhecer nossa efemeridade. Todo mundo devia vezenquando encontrar sua vó, fofa, ou uma vó fofa mesmo que emprestada e entender que a gente é pequeno, efêmero, frágil, quase nada. Essa mulher forte, mãe, toda sangue e coração (mesmo sem se reconhecer sangue e coração) é uma arca de tesouros e de sabedoria. <br /><br />"E a gente vai até onde Deus permitir né fia? Só por ele que a gente segue!"<br /><br />(As rosas são da roseira dela naquele quintal que eu brinquei tanto quando grãozinha)Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-53932005279190891982011-10-31T14:18:00.001-07:002011-10-31T14:18:20.278-07:00<a href="https://twitter.com/share" class="twitter-share-button" data-count="vertical" data-via="herculessoares" data-related="coletivoce:coletivo de teatro" data-lang="pt">Tweetar</a><script type="text/javascript" src="//platform.twitter.com/widgets.js"></script>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-72507316089671922552011-10-19T18:22:00.000-07:002011-10-19T18:23:07.607-07:00Video inédito da DESTERRO.<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Ls1UaAd0y8w" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-50633489045897365332011-09-21T11:45:00.000-07:002011-09-21T12:14:28.012-07:00O Historiador paralisa o tempo presente.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-MES6utPhFLp-0QL9e6UoC1a-o1YJCj_GAnqCpsQgtIUin5dO2PTASwdZSYpZZ7hWh0lsD11cROhJi_-LtQZDFiwEUtSe5HZxHY8itbSjwb7kYsGYOM-8QN22ekS21h95dsCPff5DmbZA/s1600/100_2832.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-MES6utPhFLp-0QL9e6UoC1a-o1YJCj_GAnqCpsQgtIUin5dO2PTASwdZSYpZZ7hWh0lsD11cROhJi_-LtQZDFiwEUtSe5HZxHY8itbSjwb7kYsGYOM-8QN22ekS21h95dsCPff5DmbZA/s320/100_2832.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654893220796208274" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Cabe ao presente abrir diálogo com o passado, uma vez que o ontem não se cansa de gesticular em direção ao hoje. Cabe ao sujeito revolucionário o gesto de fazer e refazer a história, para que nossos mortos, e seus sonho, não fiquem entregues ao inimigo. Trata-se de reconhecer os momentos de tensão, de perigo e retirar deles as centelhas de esperança contidas em cada uma das situações, para que estas centelhas se libertem e iluminem o presente. A reflexão sobre o que esta acontecendo está vinculada àquela sobre o que aconteceu, e a verdade continuará sempre a nos escapar enquanto o presente, em sua ânsia de progresso, abortar o passado em busca do futuro. O presente não é mera passagem para o futuro, mas o tempo que o historiador deve paralisar para escrever a história. </div><div style="text-align: justify;">O passado não pode ser encarado de forma definitiva, incontestável, é preciso desencantá-lo, deixando-o em aberta relação com o hoje, capturando, no dito, o não-dito, e , no feito, o não realizado, aquilo que foi desejado, mas reprimido; despertando os sonhos adormecidos pelo véu da história, sonhos realizados anteriormente e que foram sufucados; oxigenando-os para que venham à tona, invadam e impulsionem o presente e o futuro. "Cada época não somente sonha a seguinte a seguinte, mas ao sonhá-la a força a despertar" (Benjamim, apud Rouanet, 1990, p.91). Os sonhos coletivos de ontem não cessam de esperar respostas da atualidade; frustrados historicamente buscam incessantemente serem revitalizados, trazendo seu potencial transformador.</div><div style="text-align: right;">Flávio Desgranges (A pedagogia do espectador)</div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-74804042866849787382011-09-20T21:07:00.000-07:002011-09-20T21:16:45.780-07:00Manda-me notícias...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLDoZaGr-YwLBjAXE9BwU3FcUmbykUP55TJJEJ7sJl_ZMV5QSZDhXOgPgkwIKvtga4R2wf9a6LIosft7GUiIvcneXLSFxy3qlnHHstwruA9FWnObuVh6yy7aZxzgrMpbsjohCKVunA36T_/s1600/296820_236920019678207_100000806318849_625067_5055243_n.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLDoZaGr-YwLBjAXE9BwU3FcUmbykUP55TJJEJ7sJl_ZMV5QSZDhXOgPgkwIKvtga4R2wf9a6LIosft7GUiIvcneXLSFxy3qlnHHstwruA9FWnObuVh6yy7aZxzgrMpbsjohCKVunA36T_/s320/296820_236920019678207_100000806318849_625067_5055243_n.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654661873266170850" /></a><br /><i>por Fernanda Brito</i><br /><br />O chamado veio, num dia triste e seco. <div>Dia de choro cansado.</div><div>Olhei tudo em volta com mais tristeza que sempre.</div><div>Ouvi numa brisinha o riso desavergonhado, um "vem menino" de memória</div><div>Tirei força de dentro pra deixar o abraço imóvel na casa chorosa e vazia de riso, cantalorei a do passarinho, sem medo na rua.</div><div>"como eu chorei"</div><div><br /></div><div><i>"Assum preto meu cantá, é tão triste como o teu.</i></div><div><i>Também robaro o meu amô, ai</i></div><div><i>Que era a luz, ai</i></div><div><i>Dos olhos meu..."</i></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-70250908453640840512011-09-20T05:56:00.000-07:002011-09-21T10:49:39.193-07:00Sobre dias de luto<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6V_k2PCt_5vW_UyK-f7nxrUCv8IfV4kktyYZCz3I3HPvo81MnVNifWGHOg7cvvrxHcPYJwgR9dGua43KyFv-vaL0Q8JsONR7Tce_r5jxc1rEBq-yP-kQAM001wj9CA8FbQwAlLtY53OsL/s1600/itu06.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 214px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654425155680847266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6V_k2PCt_5vW_UyK-f7nxrUCv8IfV4kktyYZCz3I3HPvo81MnVNifWGHOg7cvvrxHcPYJwgR9dGua43KyFv-vaL0Q8JsONR7Tce_r5jxc1rEBq-yP-kQAM001wj9CA8FbQwAlLtY53OsL/s320/itu06.jpg" /></a><br /><br /><br />Preza dentro de incertezas: de manhã um céu azul,à tarde já tomando forma trocando a cor.Coração na mão ,boca, e então ele volta ao seu lugar.As batidas que há dias descompassadas agora em um ritmo mais acelerado.Já havia me esquecido o gosto da lágrima,hoje com o terceiro dia de choro coloquei a língua pra fora e senti.<br />De hora em hora lembro-me daquele sorriso largo,a luz bonita e rara.Não me deparo há tempos com gente assim , convivo em um mundo de sorrisos falsos,pessoas de almas escuras.Ela não,sempre cercada de sonhos, um pouco Maria subindo no pé de manga,brincando com tatu bola, menina mulher.<br />E agora já não me cabe pensamentos, lembranças, somente a impotência diante do movimento das pedras.Só espero; pode-se chamar de fé, os mais religiosos às vezes chamam a esperança assim.Agora é noite, não posso prever o céu.<br /><br /><br />quinta feira ,11 de agosto de 2011.<br /><br /><br />Andressa Machado.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><div></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-74789598550541369022011-09-18T15:41:00.000-07:002011-09-18T15:46:03.587-07:00Oração de Santo Agostinho<div class="vistex">A morte não é nada.<br />Apenas passei ao outro mundo.<br />Eu sou eu. Tu és tu.<br />O que fomos um para o outro ainda o somos.<br />Dá-me o nome que sempre me deste.<br />Fala-me como sempre me falaste.<br />Não mudes o tom a um triste ou solene.<br />Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.<br />Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.<br />Que o meu nome se pronuncie em casa<br />como sempre se pronunciou.<br />Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.<br /><br />A vida continua significando o que significou:<br />continua sendo o que era.<br />O cordão de união não se quebrou.<br />Porque eu estaria fora de teus pensamentos,<br />apenas porque estou fora de tua vista?<br />Não estou longe,<br />Somente estou do outro lado do caminho.<br />Já verás, tudo está bem.<br />Redescobrirás o meu coração,<br />e nele redescobrirás a ternura mais pura.<br />Seca tuas lágrimas e se me amas,<br />não chores mais.<br /></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-62529025346873088632011-09-18T15:35:00.000-07:002011-09-18T15:39:01.349-07:00setembro.<div align="justify">É tão raro eu chorar. E é por isso que hoje é um rito de passagem... da minha necessidade de isolamento e da minha falta de forças pra enfrentar o mundo. Eu estava sentada no muro como não fazia desde a minha infância, e fiquei me observando de cima, pequena, sentada com a minha vó descascando e comendo laranjas no degrau da escada. Fazia tempo que eu não lembrava disso e que essa cena não me parecia tão viva. Depois disso eu só consegui inconscientemente olhar para a horta da varanda no segundo andar. Aquela varanda só era bonita por causa da vida naquela casa. Só me era tão bonita porque alguém cuidava dela. E porque ali tudo transpirava amor. Tão verdadeiro isso... Os lugares só tem vida e ganham significado pelas pessoas que ali passaram e que os cultivaram. E quando eu observei a foto, com a pele da minha vó marcada pelos anos, com aquele lencinho bonito verde claro amarrado largo no pescoço e a laranja vermelha na mão, (eu nunca tinha visto uma laranja vermelha), foi impossível não ficar paralisada olhando por alguns minutos aquela imagem. E só pra mim ela ia significar isso. A minha alma me disse pra eu ficar um pouco tempo a mais naquele lugar. Manhã bonita, tarde bonita, só depois disso eu poderia voltar pra casa. E só com mais alguns dias para pensar, sentir e entender... esses sinais todos que a vida nos manda e que nesse meu tempo lento, eu demoro pra processar e compreender (ou eles tem o tempo deles pra gente compreender). A vida, a saudade, o tempo e a continuidade. O que a gente faz com tudo que acontece e nos surpreende. Sigamos leves e atentos, e sempre com amor. Evoé.<br /><br /><em>Tatiana Plens</em></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-91242859060565102872011-08-19T09:37:00.000-07:002011-08-19T12:22:17.957-07:00Dia do Ator<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguiMm82rZHa9zeM8pTZu95XjgW7i0kU8PvuUf4rNO-K24StggQsOJKXtjHjgk55gOQt4FzetzHk89a50UQQmvZSz6ebj272lbWYp78SjkdsNg95o5GFTNL-9q1mTbZ7p-vYvoc-fTaIiWx/s1600/ma.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 294px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguiMm82rZHa9zeM8pTZu95XjgW7i0kU8PvuUf4rNO-K24StggQsOJKXtjHjgk55gOQt4FzetzHk89a50UQQmvZSz6ebj272lbWYp78SjkdsNg95o5GFTNL-9q1mTbZ7p-vYvoc-fTaIiWx/s320/ma.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642648099245725138" /></a><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" ><p class="MsoNoSpacing"><span>Este dia do Ator gostaria de oferecer a Atriz mais linda que pude conhecer e que prematuramente nos deixou: Mariana Alves.</span><span style="font-family: Georgia, serif; "><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNoSpacing"><span>Menina de sorriso largo, que com ele desperigava qualquer malícia, qualquer seriedade. Sabia como ninguém se divertir em cena, jogar e com isso fazernos derreter na platéia com tanto brilho.
<br />Ontem você fez uma viagem... Talvez a mais longa. Dizem que quando morremos somos recebidos no céu por aqueles que nos amam e tbm aqueles aos quais nos identificamos. Acho que sua recepção deve ter sido comtemplada desde Elis Regina até Giulietta Masina que assim como você, sabiam nos emocionar como ninguém.
<br />Minha menina. Minha amiga. Minha irmã.
<br />Todos os meus dias, em todos os papéis que tiver a honra de desempenhar serão dedicados à você.
<br />Obrigado por ter existido e transformado a minha vida.
<br />Sentirei saudades até o dia que poderei ser recebido no céu por você, e reencontrarei este lindo sorriso inesquecível.
<br />Te Amarei eternamente.
<br />
<br />Merda!
<br />Evoé!
<br />
<br />Seu irmão Julinho.</span><b><span style="font-size:7.5pt;font-family:"Georgia","serif"; mso-bidi-font-family:"Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BR"><o:p></o:p></span></b></p></span></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-34235171530767724072011-08-13T18:15:00.000-07:002011-08-13T19:26:46.660-07:00O que o Vento não levou<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8jgtWuvILvir1S1zi3T69tarxfJilbQFNORzjV1F2V2oU5aXQ2arjimUOb4V8KdhTdeH6wbF26v8ip9btA5V_yY3fz12GBQI61xwzqSmrkuke39SV1ZdgQvdeevfo_hdMuvJPMZAyAumB/s1600/desterro+fabricio+vianna+cpfl+%252838%2529.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8jgtWuvILvir1S1zi3T69tarxfJilbQFNORzjV1F2V2oU5aXQ2arjimUOb4V8KdhTdeH6wbF26v8ip9btA5V_yY3fz12GBQI61xwzqSmrkuke39SV1ZdgQvdeevfo_hdMuvJPMZAyAumB/s320/desterro+fabricio+vianna+cpfl+%252838%2529.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5640532259961137234" /></a><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" >foto: Fabricio Vianna</span></div><div style="text-align: justify;">
<br /></div><div style="text-align: justify;">
<br /></div><div style="text-align: justify;">Abri os meus olhos para tudo o que construímos, revivi as lembranças das casas portentosas e as mais peculiares que abrigaram a nossa poesia. O Desterro foi uma luz que dividimos em meio a tantos árduos trabalhos corridos. No brilho da cantoria dos momentos de aquecimento, surge as novas amizades e aquelas que o destino incumbiu de fortalecer mais e mais. Brilha mais e mais. Sinto nos corações de muitos, a vontade de seguir avante! Seguir avante!</div><div style="text-align: justify;">Mas o fato de chegarmos juntos até aqui, não encerra na possibilidade de que todos juntos seguiremos. Mas reverencio a lembrança feita e construída, pois sou uma profissional do que é humano. Diante das crises de nossa convivência pessoal, vem um vento forte, abala nossas estruturas e todas as discussões tornam-se levianas. Como diz Mario Quintana: </div><div>No fim tu hás de ver</div><div>que as coisas mais leves são as únicas coisas</div><div>que o vento não conseguiu levar:</div><div>
<br /></div><div>um estribilho antigo,</div><div>um carinho no momento preciso, </div><div>o folhear de um livro de poemas</div><div>o cheiro que tinha um dia o próprio vento...</div><div>
<br /></div><div>Quando nos deparamos com o medo da perda, nos prostramos humildemente ao que não está ao nosso alcance.</div><div> </div><div>Eliane Ribeiro</div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-4303169200118100892011-07-27T11:46:00.000-07:002011-07-27T12:17:25.356-07:00"Manda-me notícias ou mesmo uma flor, que sejam carícias e provas de amor"**<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRqy57TL9D3mPRRWirxZYeIj-nZPX_R5sR5gdVQUdDVzwTuqoGcsa7hwbMTDaQ7RE0GNnuLfXRfDEKsZkn8jD_hkqxfxFOnOfl6ImRIZKhp_Q1Q9eTlgfoG_VqkSKeUtzFfhjYebwgan4u/s1600/IMG_0411.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRqy57TL9D3mPRRWirxZYeIj-nZPX_R5sR5gdVQUdDVzwTuqoGcsa7hwbMTDaQ7RE0GNnuLfXRfDEKsZkn8jD_hkqxfxFOnOfl6ImRIZKhp_Q1Q9eTlgfoG_VqkSKeUtzFfhjYebwgan4u/s400/IMG_0411.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634113337144118706" /></a><br /><br /><div><i>por Fernanda Brito</i><br /><br /><span class="Apple-style-span"><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">"Hoje passei por entre uma selva de prédios cinza. Por prostitutas vendendo seu amor por poucos trocados. Por gente desacreditada e por gente que tinha alguma chamazinha crescente no meio do peito. Umas mais acesas outras com só uma faisquinha. </div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Hoje dei um passeio pelo mundo.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Senti um arrepiozinho já conhecido do lado direito, uma luzinha e um frio na barriga. Algo me chamava baixinho.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Segui pela rua já conhecida sem nem pensar em negar o chamado. A gente pode ignorar quase sempre, mas hoje me deixei levar por esse calorzinho que sufoquei em outros dias por capricho. Ou até pra prolongar a sensação. </div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Sei que fui descendo a rua devagar. E se digo isso não é pela poesia. É porque pensei enquanto atravessava a rua que isso deveria ser um SENHOR MOMENTO.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "> Decidi que desceria a rua devagar, decorando cada aspecto do caminho, que era pra manter na lembrança coisa tão miúda que é a ruazinha estreita e quase sem movimento.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Fui deixando revelar o prédio branco encardido, de formas quadradas e tão retas. Fui me deixando apreciar uma, duas, três janelas, a visão das portas verde usado. Aquele aspecto de tesouro do fundo do mar, intacto e meio esquecido. Um trambolhão velho e sujo perdido ali naquela ruazinha estreita.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Trambolhão bonito.</div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Entendi um pouco mais da memória, de como ela se processa. Entendi porque uma onda imensa veio e me molhou inteira de saudade. Eu entendi de saudade mais uma vez. Eu vi, ali, naqueles poucos segundos todos os dias que a gente passou por ali, meio sem perceber que já era saudade. </div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Reclamei baixinho da sujeira que as pombas, agora senhoras dali novamente, tinham deixado na entrada que a Mari limpava. Olhei a fechadura improvisada da porta com escada, que continua a mesma, intacta. Um arame que provavelmente era cabo do girassol imenso da Maria. Fui caminhando como se fosse um pouco dona do espaço. Tentei ver pequenas modificações, se havia algum vidro quebrado. </div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Nenhum NOVO vidro quebrado, só os de sempre. Olhei a janela da mulher memória e fiquei pensando que os vizinhos devem ter se assustado como eu no dia em que da esquina se ouvia um barulhão de martelo e vidro espatifando. E o Júlio pendurado na janela tirando os cacos de vidro como se fosse algo que a gente visse sempre. </div><div style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Fui olhar o jardim, que era a minha parte preferida da casa, e qual não foi minha surpresa de vê-lo com aquela aparência queimada do início. Um buraco cavocado talvez por gato, talvez por gente. E desavergonhada a dama da noite tomando conta de metade do quadrado, com uma cara cansadinha, e folhas um pouco amareladas, mas lá, firme. Rodeando o verde e imponente (que julguei mal no início) ramo de espada de São Jorge. Ele por quem eu não dava nada, continua lá guardando nosso tesouro.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div></div></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: small; ">Pensei que deixamos nossos pedacinhos por lá. Olhei pra sala preta com saudade. Fiquei uns segundos admirando aquele casarão que parecia imenso, agora tão pequeno.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: small; ">É verdade. As coisas ficam miúdas depois de um tempo.</span><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Senti e sinto saudade. Senti e sinto aquela casa com saudade da gente. </div><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Declarei silenciosa o amor que tenho por aquele espaço e segui meu passeio pelo mundo. </div><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">O chamado acalmou e me deixou ir também. Por hora...</div><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">(lembrei enquanto escrevia que em noites de domingo como essa, depois do espetáculo, era comum ouvir "Como eu chorei" tocando no baile da saudade do Sorocaba Clube e lembrar da Jana cantando bonito no Vesperais...)</div><div style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="text-align: justify;font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Nem preciso dizer que saí de lá, como boa chorona, de rosto inchado." </div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">*Foto Fabrício Vianna (Desterro no Casarão da CPFL 1ª temporada)</div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><i><br /></i></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><i>**O título foi tirado deste cartão postal antigo (abaixo) que fez parte do início do meu processo de Desterro lá em Agosto de 2009</i></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7c8JtkTD0KzO-nSQW118j1pBDVdoVlkEUAbVEkj9spy0eb9eq-14NpDXyd-Ijx2zwAcL4LtM8RKAfhKV1Vn7IuJ1GRPj5OyAhYlumr080EHltqy2WrpdytbWL1aOGgiOZLs_RkCmvKjyF/s200/Picture0010.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634110878326005618" /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></div><div id="yui_3_2_0_5_1311790457403257" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><i><br /></i></div></span></div>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2809626039013609996.post-54278168865302735752011-07-12T09:28:00.000-07:002011-07-12T10:46:05.078-07:00Ou mudamos ou morremos<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Arial, Verdana, sans-serif;font-size:13px;"><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Hoje vivemos uma crise dos fundamentos de nossa convivência pessoal, nacional e mundial. Se olharmos a Terra como um todo, percebemos que quase nada funciona a contento. A Terra está doente e muito doente. E como somos, enquanto humanos também Terra (homem vem de humus=terra fértil), nos sentimos todos, de certa forma, doentes. A percepção que temos é de que não podemos continuar nesse caminho, pois nos levará a um abismo. Fomos tão insensatos nas últimas gerações que construimos o princípio de auto-destruição. Não é fantasia holywoodiana. Temos condições de destruir várias vezes a biosfera e impossibilitar o projeto planetário humano. Desta vez não haverá uma arca de Noé que salve a alguns e deixa perecer os demais. O destino da Terra e da humanidade coincidem: ou nos salvamos juntos ou sucumbimos juntos.</div><div style="text-align: justify;">Agora viramos todos filósofos, pois, nos perguntamos entre estarrecidos e perplexos: como chegamos a isso? </div><div style="text-align: justify;">Como vamos sair desse impasse global? Que colaboração posso dar como pessoa individual?</div><div style="text-align: justify;">Em primeiro lugar, há de se entender o eixo estruturador de nossas sociedades hoje mundializadas, principal responsável por esse curso perigoso. É o tipo de economia que inventamos. A economia é fundamental, pois, ela é responsável pela produção e reprodução de nossa vida. O tipo de economia vigente se monta sobre a troca competitiva. Tudo na sociedade e na economia se concentra na troca. A troca aqui é qualificada, é competitiva. Só o mais forte triunfa. Os outros ou se agregam como sócios subalternos ou desaparecem. O resultado desta lógica da competição de todos com todos é duplo: de um lado uma acumulação fantástica de benefícios em poucos grupos e de outro, uma exclusão fantástica da maioria das pessoas, dos grupos e das nações.</div><div style="text-align: justify;">Atualmente, o grande crime da humanidade é o da exclusão social. Por todas as partes reina fome crônica, aumento das doenças antes erradicadas, depredação dos recursos limitados da natureza e um ambiente geral de violência, de opressão e de guerra.</div><div style="text-align: justify;">Mas reconheçamos: por séculos essa troca competitiva abrigava a todos, bem ou mal, sob seu teto. Sua lógica agilizou todas as forças produtivas e criou mil facilidades para a existência humana. Mas hoje, as virtualidades deste tipo de economia estão se esgotando. A grande maioria dos países e das pessoas não cabem mais sob seu teto. São excluidos ou sócios menores e subalternos, como é o caso do Brasil. Agora esse tipo de economia da troca competitiva se mostra altamente destrutiva, onde quer que ela penetre e se imponha. Ela nos pode levar ao destino dos dinossauros.</div><div style="text-align: justify;">Ou mudamos ou morremos, essa é a alternativa. Onde buscar o princípio articulador de uma outra sociabilidade, de um novo sonho para frente? Em momentos de crise total precisamos consultar a fonte originária de tudo, a natureza. Que ela nos ensina? Ela nos ensina, foi o que a ciência já há um século identificou, que a lei básica do universo, não é a competição que divide e exclui, mas a cooperação que soma e inclui. Todas as energias, todos os elementos, todos os seres vivos, desde as bactérias e virus até os seres mais complexos, somos inter-retro-relacionados e, por isso, interdependentes. Uma teia de conexões nos envolve por todos os lados, fazendo-nos seres cooperativos e solidários. Quer queiramos ou não, pois essa é a lei do universo. Por causa desta teia chegamos até aqui e poderemos ter futuro.</div><div style="text-align: justify;">Aqui se encontra a saida para umo novo sonho civilizatório e para um futuro para as nossas sociedades: fazermos desta lei da natureza, conscientemente, um projeto pessoal e coletivo, sermos seres cooperativos. Ao invés de troca competitiva onde só um ganha devemos fortalecer a troca complementar e cooperativa, onde todos ganham. Importa assumir, com absoluta seriedade, o princípio do prêmio de economia John Nesh, cuja mente brilhante foi celebrada por um não menos brilhante filme: o princípio ganha-ganha, onde todos saem beneficiados sem haver perdedores.</div><div style="text-align: justify;">Para conviver humanamente inventamos a economia, a política, a cultura, a ética e a religião. Mas nos últimos séculos o fizemos sob a inspiração da competição que gera o individualismo. Esse tempo acabou. Agora temos que inaugurar a inspiração da cooperação que gera a comunidade e a participação de todos em tudo o que interessa a todos.</div><div style="text-align: justify;">Se não fizermos essa conversão, preparemo-nos para o pior. Urge começar com as revoluções moleculares. Começemos por nós mesmos, sendo seres cooperativos, solidários, com-passivos, simplesmente humanos. Com isso definimos a direção certa. Nela há esperança e vida para nós e para a Terra.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">por Leonardo Boff</div></span>Coletivo Cêhttp://www.blogger.com/profile/01117928948884755311noreply@blogger.com0