segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sobre o desterrar-se

















O desterrar-se não se limita a história do menino, mas invade toda a construção do espetáculo. É incrível como um espaço novo provoca esse processo de revisão, reflexão e desapego nos atores... o desprender-se de suas cenas, de redescobrir sentidos e possibilidades, e aproveitar o que o local tem a contribuir com a peça.
E é nesse processo de desterrar-se que seguimos, dando o lugar devido à memória e trilhando por novos caminhos...

"Viver é um desterrar-se... um caminhar a esmo..."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

E começaram os preparativos para a nova temporada...



Já começou a produção e os ensaios para a nova temporada do espetáculo Desterro em São Roque. Para quem já viu o espetáculo, há algumas novidades... afinal, o processo de desterrar-se é contínuo... carregado por novas experiências e pela riqueza que um novo espaço pode trazer. Que venha fevereiro! Evoé!






































Fotos por Tatiana Plens

domingo, 23 de janeiro de 2011

Projeto Luz Às Memórias

Coordenação: Tatiana Plens
O Projeto Luz Às Memórias é uma proposta do Coletivo Cê para o “Processo Desterro – Investigação e Preservação da Memória” de incorporar a fotografia à sua pesquisa de linguagem. Pretende-se por meio dele tanto enriquecer a documentação fotográfica do espetáculo Desterro, como também incentivar a busca por uma fotografia que vá além do puro registro de imagens e alimente uma relação mais subjetiva com a imagem.
A ideia de incorporá-lo justamente ao Desterro se deve a forte reação que este provoca na memória afetiva do público, aspecto percebido pelos depoimentos colhidos na primeira temporada de apresentações em Sorocaba entre fevereiro e abril de 2010. Acrescenta-se ainda o fato do espetáculo ter sido construído a partir de recordações compartilhadas e do resgate das origens dos atores. Outro aspecto que torna a proposta mais rica é o uso de espaços tombados como patrimônio histórico pelo coletivo para suas apresentações. O espetáculo busca se relacionar com esses espaços e trazer novos sentidos a estes.
Para auxiliar no Luz Às Memórias, resgatamos os conceitos do autor Roland Barthes sobre fotografia no seu livro “A Câmara Clara”. Barthes analisa algumas imagens por meio de dois elementos que ele nomeia como studium e punctum. O primeiro tem familiaridade com a nossa bagagem cultural, com o nosso saber, é o por meio dele que nos interessamos por uma fotografia, por nos remeter a alguma informação clássica, a um contexto histórico, social. O segundo é diferente, não é algo que se busca em uma fotografia como o primeiro, é algo que salta aos olhos. Como diz Barthes “é ele que parte da cena, como uma flecha, e vem me transpassar”. O autor assemelha o punctum a uma ferida, é aquilo que nos punge, são pontos sensíveis que nos fazem admirar uma imagem assim que nossos olhos se encontram com ela. “O punctum de uma foto é esse acaso que, nela, me punge (mas também me mortifica, me fere).”
No livro “A Câmara Clara” uma das únicas imagens em que Barthes consegue encontrar esse punctum é uma foto de sua mãe. Ele dizia que nessa imagem flutuava algo que era como “a essência da fotografia”. Barthes dizia ainda que essa imagem não seria nada para os leitores, só nele provocava uma ferida.
Dentro do Projeto Luz Às Memórias o que nos interessa é justamente esse punctum, o elemento que salta aos nossos olhos, que nos relaciona com a nossa memória afetiva. É esse elemento que pretendemos criar e isso é possível somente com a observação sensível do espetáculo, incorporando a ele e as imagens a nossa subjetividade.
O projeto envolve algumas fases: a discussão anterior acerca do texto do livro “A Câmara Clara” e a contextualização dos fotógrafos sobre o espetáculo Desterro, a produção de fotografias e uma exposição com data ainda a definir.
Para os interessados é só entrar em contato por email com Tatiana Plens, coordenadora do projeto: tati.plens@hotmail.com

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Desterro em São Roque- SP



O Coletivo Cê inicia no próximo dia quatro de fevereiro a nova temporada do espetáculo Desterro. A peça teatral que já esteve em cartaz de fevereiro a abril de 2010 em Sorocaba, por meio da LINC (Lei de Incentivo à Cultura), foi contemplada no final do ano passado pelo Programa de Ação Cultural (PROAC) do Governo do Estado de São Paulo. Com o PROAC, o Coletivo Cê percorrerá três cidades do interior paulista para apresentar o espetáculo e realizar oficinas culturais, começando pela cidade de São Roque.

O projeto Desterro - Investigação e Preservação da Memória é parte da pesquisa de linguagem e experimentação cênica do Coletivo Cê e foi selecionado pela LINC de Sorocaba para desenvolver um processo de criação que tem como principal ponto de partida a investigação e o resgate da memória.

O “Processo de Desterro” teve início em agosto de 2009 e se deu a partir da investigação e compartilhamento das histórias pessoais e recordações dos cinco atores/criadores integrantes do projeto. A memória é aquela onde estão nossas origens, as histórias dos avós, as imagens de outro tempo, as músicas e brincadeiras da infância; os sabores, cheiros e sensações do imaginário do passado de cada um de nós, das experiências que carregamos ao longo da vida. Buscando abarcar as criações a partir da idéia de que somos feitos das memórias que carregamos.

O projeto prevê ainda dar novos significados para espaços de patrimônio histórico. A escolha do Sítio Santo Antônio em São Roque como novo espaço de apresentação dá luz a essa ideia por representar um local não somente com uma grande riqueza histórica e arquitetônica, mas também com um precioso valor artístico. O imóvel pertencia ao escritor modernista Mário de Andrade, que doou o sítio ao Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1947, com uma exigência: ser o zelador desse patrimônio enquanto estivesse vivo. Sua intenção era tornar a Casa Grande um local de repouso para os artistas brasileiros.

O espetáculo Desterro narra a trajetória poética de um jovem que está saindo de casa e através de um mergulho em imagens, sensações, músicas e fatos da sua vida - passado, presente e futuro que se fundem, como num mosaico de devaneios – parte para um reconhecimento de si mesmo, do seu lugar de origem, das suas urgências. Um passeio pelo tempo através da memória, em que o espaço, o texto, os atores e os espectadores co-criam a história que pode também ser a de todos nós.

As apresentações ocorrem nos dias 04, 05 e 06 de fevereiro às 18h no Sítio Santo Antônio, Estrada Mario de Andrade Km 8, Planalto Verde, São Roque/SP. Para adquirir o ingresso basta fazer a doação de um litro de leite na Divisão da Cultura do CEC Brasital antecipadamente. A inscrição e a data das oficinas culturais ainda será definida. Mais informações pelo telefone (11) 4784-3076.

Ficha Técnica:

Direção: Júlio Mello

Dramaturgia: Janaína Silva

Preparação Corporal: Melany Kern

Contra-Regra: Lucas Maia

Fotografia: Tatiana Plens

Elenco: Hércules Soares

Eliane Ribeiro

Mariana Alves

Giuliana Bona

Fernanda Brito

Andressa Machado